Quando se fala em demência, a primeira coisa que vem à cabeça de todo mundo é a Doença de Alzheimer. E, de fato, essa é a síndrome demencial mais frequente. Mas é importante saber que existem outras causas de demência e que algumas podem ser revertidas!
A hidrocefalia de pressão normal é uma delas! Trata-se de uma doença progressiva, que se manifesta por alterações na marcha, declínio da inteligência e incontinência urinária. O paciente passa a ter dificuldade para andar, com passos curtos e desequilíbrio, o que pode levar a quedas. A memória não é mais a mesma, podendo também apresentar alterações na fala ou de orientação. Também pode perder urina sem perceber, inicialmente à noite, evoluindo para episódios também diurnos e mesmo incontinência fecal em estágios mais avançados.
O paciente geralmente é idoso e necessita de uma avaliação médica para o correto diagnóstico. Serão pedidos exames de imagem e uma avaliação que inclui a retirada de líquor da região lombar na maioria dos casos. Confirmado o diagnóstico, é proposta uma cirurgia para a drenagem do excesso de líquido no cérebro para a barriga, por meio de cateteres e uma válvula.
Os sintomas melhoram após a cirurgia. O grau de resposta vai depender do tempo do início dos sintomas até o tratamento cirúrgico, o que reforça a importância de uma adequada avaliação médica precoce.
E se eu te falasse que é possível tratar tumores e malformações vasculares no cérebro sem cortes ou cirurgia? Isso já é possível para alguns casos selecionados. O tratamento em questão se chama radiocirurgia e já é uma realidade no Brasil. O seu representante mais preciso, o gamma knife, é capaz de disparar feixes estritos de radiação em alvos patológicos extremamente pequenos, poupando o tecido cerebral normal. Funciona assim: o paciente chega no hospital, é tratado na máquina gamma knife por cerca de 2 horas e recebe alta em seguida. Sem cortes ou anestesia geral.
Cabe ao neurocirurgião decidir se essa opção terapêutica é válida para o tipo de tumor do paciente, e isso inclui avaliar o seu tamanho, localização e tipo. A depender dessas características, pacientes com alguns tipos de lesões vasculares, malformações arteriovenosas, tumores da hipófise, neurinomas do acústico, metástates e meningeomas podem se beneficar do tratamento.
Recentemente o Brasil se emocionou com a morte precoce de Tom Veiga, intérprete do personagem Louro José e companheiro de cena de Ana Maria Braga na televisão. Vítima de um aneurisma cerebral, a morte do ator aos 47 anos jogou luz sobre a enfermidade, fazendo com que fosse mais falada e conhecida.
Mas, você sabe o que é o aneurisma cerebral?
O aneurisma ocorre quando há uma dilatação anormal e localizada em alguma das artérias do cérebro¹. Isso pode acontecer por diversos fatores tais como hipertensão arterial, tabagismo, traumas, uso de drogas e defeitos congênitos¹.
O grande perigo é que essa dilatação pode romper e causar uma hemorragia cerebral grave, com potencial de matar ou sequelar dois terços de suas vítimas.
E um dos grandes perigos do aneurisma é que ele é geralmente assintomático até romper. A pessoa pode passar a vida toda com a dilatação na artéria sem sentir nada até ocorrer sua ruptura. E apesar de estarmos abordando o aneurisma cerebral, o problema pode ocorrer em outras partes do corpo, como coração, rim, abdômen.
Na maioria das pessoas, o sinal de ruptura é uma dor de cabeça muito intensa e abrupta, podendo haver a perda da consciência e morte, caso o socorro demore a acontecer. Muitos pacientes apresentam esses sintomas após esforço físico, como prática esportiva e até orgasmo!
O aneurisma é mais comum em mulheres e o risco de ruptura aumenta com a idade. O histórico familiar também conta. Pessoas com essas características e hipertensas devem fazer acompanhamento médico para prevenir ou detectar precocemente o problema.
O médico pode solicitar exames como tomografia e ressonância com estudo das artérias cerebrais, que são exames simples, indolores e nada invasivos. Se o diagnóstico se confirmar, o neurocirurgião vai avaliar qual deve ser a conduta a ser seguida: acompanhamento, cirurgia ou embolização via cateter.
Atualmente, estima-se que 5,4 milhões de brasileiros sofram de hérnia de disco, condição que causa muitas dores nas costas, que podem irradiar para os membros, comprometendo a qualidade de vida e até o trabalho dessas pessoas. Mas, você sabe o que é isso?
Primeiro precisamos entender o que é o famoso disco. Nossa coluna é formada por vértebras e, entre elas, temos discos cartilaginosos que têm a função de amortecer o impacto entre as vértebras e garantir a mobilidade.
Quando há degeneração desse disco, seja um desgaste ou extravasamento, temos a hérnia de disco, que atinge raízes nervosas e causa dor que irradia para os membros.
A hérnia de disco tem influência genética e pode piorar com a idade e o sobrepeso, mas também por conta da prática de atividade física inapropriada, com muito impacto nas vértebras.
A musculação, se feita sob orientação profissional e regularmente, é fator preventivo da hérnia de disco, uma vez que fortalece a musculatura ao redor da coluna, prevenindo que os impactos sobrecarreguem os discos e gerem o desgaste.
Para quem já está com o problema, o indicado é realizar tratamento medicamentoso e fisioterapia pelo prazo de quatro semanas para ver como a condição evolui. 90% dos casos melhoram com essas medidas e, só então, a musculação entra gradativamente como coadjuvante do tratamento, sob orientação do profissional de educação física e com o acompanhamento do médico que assiste o paciente.
Caso não tenha melhora, o indicado é a cirurgia endoscópica ou microscópica para retirar a hérnia e aliviar a dor. O pós-operatório é tranquilo e o paciente pode receber alta no mesmo dia ou no dia seguinte, ficando 20 a 30 dias afastado das atividades laborais para poder ter plena recuperação.